top of page

Movimento "Salve o Casarão da Várzea" dá aula de cidadania

  • Everton Melo
  • 29 de jun. de 2016
  • 3 min de leitura

“Alguns dias após o movimento Salve o Casarão da Várzea começar a convidar a população para o grande mutirão que acontecerá no próximo dia 9 de abril a prefeitura do Recife decidiu iniciar a limpeza do lugar, numa clara tentativa de desarticular o movimento, pois a limpeza é obrigação constante e não deve depender de pressão. Nós, dos movimentos sociais, comerciantes e acima de tudo, moradores da Várzea do Capibaribe, não nos contentaremos com tão pouco. Manteremos nosso mutirão, que representa muito mais que a limpeza do espaço. Representa a vontade de ver o Casarão novamente vivo e útil para a comunidade. Queremos a construção do Mercado Público Cultural da Várzea e a restauração do Casarão!” Esse é o texto-manifesto em resposta a ação oportunista da Prefeitura do Recife, que ao perceber a mobilização da população do bairro da Várzea para salvar, literalmente, o casarão, realizou uma limpeza no espaço, porem, como a própria população pontua: “não nos contentaremos com tão pouco”. O texto foi publicado junto com um vídeo de divulgação do primeiro mutirão realizado pela comunidade, que ocorreu no dia 9 de abril do ano corrente, e de lá pra cá já rolaram mais 6, totalizando 7 mutirões, o último ocorreu no dia 18 de junho. A propósito, o registro é uma verdadeira aula de cidadania, deixamos aqui o link.

Banner de divulgação do primeiro mutirão

O movimento só cresce e a cada nova edição do mutirão o evento conta com um número cada vez maior de participantes. Uma verdadeira força tarefa com um objetivo em comum: ocupar um espaço abandonado durante décadas e salvar o casarão da Várzea, para que o lugar possa cumprir a sua função social. O movimento é composto por moradores, ambulantes e movimentos sociais do campo e da cidade. O intuito é pressionar os representantes eleitos e os órgãos competentes responsáveis para que o projeto de construção do mercado público da Várzea se concretize, que, segundo o próprio coletivo é uma promessa de campanha. Não menos importante, a missão do movimento é de denunciar o abandono do espaço, e para que o prédio seja restaurado e “seja um dispositivo para ser usado pela comunidade, para a cultura e para a juventude ter um espaço para interagir”.

Registro feito pelo coletivo Salve o Casarão da Várzea

Atualmente a mobilização desenvolveu um projeto intitulado GELADEIROTECA #PlantandoCultura. Como o próprio coletivo escreveu em sua página “a ideia é reaproveitar geladeiras que tenham como destino o lixão, transformando-as em mini-bibliotecas. As prateleiras serão aproveitadas como estantes, que se encherão de livros. Esse projeto já foi realizado em várias regiões do Brasil e tem como objetivo incentivar a leitura, circular o conhecimento e a cultura na região onde a “geladeiroteca” estiver, priorizando sempre a noção de repasse livre e gratuito de material, e que seja de acesso ao público!!”.

Bannner de divulgação do projeto GELADEIROTECA

Nós do coletivo Raízes do Mangue apoiamos essa e muitas outras causas de ocupações dos espaços, seja no campo ou na cidade. Espaços esses que estão abandonados, sem cumprir sua função social. Em muitos casos, como no Casarão da Várzea, são construções antigas com um registro histórico, um verdadeiro patrimônio cultural que guarda estreita relação com uma época e deve ser preservado e garantido o direito da população de se apropriar desses espaços, para que esses espaços possam servir ao povo e não seja alvo da especulação imobiliária que vem provocando um grande déficit de moradia e gestando “bolhas”, elevando o custo de vida e inviabilizando a vida das pessoas e das comunidades espalhadas pelo Brasil.


 
 
 

Comentários


Curte aí:

Nossos Parceiros:

©2015 por Raizes do Mangue.

bottom of page