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Viagem ao Centro do Mangue II: o resgate da cena e a celebração do manguebeat

Em noite memorável no Burburinho, as bandas Combo X e Maracatu Plugado celebraram o movimento manguebeat.

Quem foi ao Burburinho na noite de ontem (26) percebeu que a proposta do evento de fato foi alcançada. Vários mangueboys e manguegirls sentiram através da música genuinamente mangue, o poder e a efervescência nas letras e balanço do Combo X e com as releituras de Da Lama ao Caos (1994) e Afrociberdelia (1996) na impecável apresentação do Maracatu Plugado.

Ainda estava cedo e se conseguia espaço no salão quando DJ Elcy abriu a noite com seu inesgotável acervo. O caranguejo enciclopédia fez um passeio desde Sheik Tosado, Mundo Livre S/A até relíquias do próprio Science. Em poucos minutos vários caranguejos de andada lotavam a casa de show localizada no Recife Antigo, área da capital pernambucana em que o malungo sangue bom dava seus rolés e organizava festas. O clima era de brodagem e diversão levada a sério, tudo seguindo a risca de outrora.

Pouco mais das dez da noite o Combo X subiu ao palco tocando “A ladeira é de pedra” música do seu primeiro álbum (A ponte - 2011). Em uma apresentação frenética e envolvente Gilmar Bola 8 deixou o público empolgado se entregando a magia da noite. Um dos momentos especiais da noite foi na música "Rei Urbano", homenagem de Bola 8 ao seu parceiro Chico Science. Em nova fase da carreira, o fundador da Nação Zumbi se mostra cada vez mais pronto para demonstrar seu talento.

Em conversa com nossa equipe após sua apresentação, Bola 8 confessou qual foi o seu sentimento em está revivendo aquela primeira edição da festa realizada no Alto Sé em 1991: “Dessa vez com mais experiência de palco, com a música já fazendo parte da minha vida, há 24 anos atrás era mais um hobby, tocava no Lamento Negro, como se fosse uma Jam Sessions. Hoje foi bem prazeroso fazer a segunda noite do Viagem ao Centro do Mangue, dessa vez todo mundo ali no palco vivendo da música, pra mim é a consagração do manguebeat”, afirmou em tom de alegria.

Fechando com chave de ouro a noite, a rapaziada lá de Paulista, mais precisamente do bairro de Jardim Paulista Baixo, trouxe ao Recife Antigo boas recordações, tanto aos que estiveram presente na primeira edição da festa, quanto a geração mais nova que cada vez mais se apropria do peso das alfaias. Os mangueboys trouxeram ao palco Maia (Lamento Negro), que teve participação especial na música Etnia. Relembrando letras como "A cidade", "Manguetown", "Rios, pontes e overdrives", o Maracatu Plugado a cada apresentação consegue transmitir ao público sua personalidade própria, o profissionalismo, e respeito ao legado de Chico, passando energia positiva para todos.

O vocalista do Plugado, Zé de França, nos contou do orgulho em poder homenagear o alquimista dos ritmos: “Chico foi um cara que deu o ponta pé muito importante pra música pernambucana ter reconhecimento dentro e fora do Brasil. Em 1991 ele bolou essa festa com Fred 04 para mostrar uma nova realidade musical, e hoje nos sentimos honrados em fazer um tributo a ele, é muito gratificante está aqui com Bola 8 e DJ Elcy’’, relatou.

Pra quem foi, com toda certeza, pôde fazer uma viagem e tanta ao centro do mangue. Nossos votos é para que essa rede cresça ainda mais, pois, nossa cena artística precisa de muita força e união pra quem sabe voltar a figurar nos maiores palcos e festivais do mundo.

Muito em breve publicaremos em nossa fan page um vídeo bem legal para mostrar a vocês o quanto a vibe foi positiva. Chico vive!

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