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[COLUNA] Nação Zumbi no Central Park na visão de Israel Costa

  • Israel Costa
  • 13 de ago. de 2015
  • 3 min de leitura

"Privilégio. Tentei buscar a melhor palavra que descrevesse o show da Nação Zumbi no Central Park em Nova York e a palavra foi essa: privilégio.

Antes dela a palavra que me acompanhou desde junho (mês em que deixei o Brasil pra morar aqui em NY) foi ansiedade. Ainda no Brasil soube que haveria um show da Nação no Central Park em agosto e que seria algo histórico. 20 anos depois a banda estaria de volta ao Summerstage tocando o som do mangue, agora 1 tonelada mais pesado … mas também com várias toneladas de saudade pela perda do Chico.

O descrição do show no evento do BrasilSummerFest deixava clara a importância deste show, e a relevância do show de 1995: “After their debut album and first major tour in Brazil, Chico Science & Nação Zumbi were invited to play at SummerStage in Central Park for their international debut, alongside Gilberto Gil, who embraced manguebeat as the most important Brazilian cultural movement since Tropicalia. That performance marked the start of the band's quick rise to global fame, and elevated the band from cult figures to popular icons.” Então era isso, não podia dar vacilo algum e correr riscos de me atrasar ou perder o show.

Fui um dos primeiros a chegar na fila as 12:30 (mesmo com os portões abrindo só as 14:00). De fato a fila não ficou tão extensa. Muitos me perguntavam que bandeira bonita era aquela que cobria minha mochila e com peito cheio de orgulho explicava a origem. Invevitavelmente a letra me vinha à memória “Pernambuco embaixo dos pés e minha mente na imensidão” Portões abertos, e logo outras bandeiras de Pernambuco foram surgindo e tomando a frente da platéia. Os sotaque arretado da nossa terra foi também ganhando destaque em meio a uma público razoável, mas fervoroso.

Momentos antes da Nação pisar de fato no palco, no telão foram exibidas algumas imagens do show de 1995. Ver a performance de Chico fez aumentar ainda mais a saudade como também a alegria de estar alí naquele momento épico. E assim foi. Entre uma música e outra um “Salve Chico” evocava o nome do precursor do Manguebeat e a galera se empolgava cada vez mais. Muitos estavam vendo a apresentação da Nação pela primeira vez (estrangeiros e brasileiros inclusive) mas logo foram contagiados pelo empolgação dos fãs ao redor.

Lucio Maia teve grande destaque no show com seus solos de guitarra e presença de palco incríveis, instigando a platéia o tempo todo a cantar mais alto e contribuir com palmas. Du Peixe, conduziu com reponsa a banda que intercalou com maestria os novos hits com os clássicos do Manguebeat. Na apresentação dos membros da banda ao final do show, o público foi surpreendido com os passos de frevo que Toca Ogan arriscou, mas com muita precisão.

Presenciar este show e estar onde muitos brasileiros (e principalmente pernambucanos) queriam estar foi um privilégio indescritível. Poder cantar alto e mostrar pro mundo todo nossas raízes e o som que nos faz pular incansavelmente os carnavais todos os anos foi uma experiência sem igual e ficará marcada na história de todos. Salve Chico Science. Salve Nação Zumbi.

Em Recife, em Nova York ou onde quer que as batidas do mangue possa ecoar.

SET LIST DO SHOW

Monólogo ao Pé do Ouvido

Defeito Perfeito

Foi de Amor

Bossa Nostra

Infeste

Bala Perdida

Hoje, Amanhã e Depois

Novas Auroras

Meu Maracatu Pesa 1 Tonelada

Cicatriz

No Olimpo

Cidadão do Mundo

Maracatu Atômico

Manguetown

Um Sonho

Blunt of judah

Banditismo

Rios, Pontes e Overdrives

Risoflora

Da Lama ao Caos

A Praieira

Fome de Tudo

Quando a Maré Encher"

Fotos: Israel Costa


 
 
 

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