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[COLUNA] Cordel que homenageia a Nação - por Maria Lua

  • Maria Lua Ribeiro
  • 20 de jul. de 2015
  • 2 min de leitura


Cordel que homenageia a Nação


A Literatura de Cordel recebe esse nome, pois tradicionalmente seus impressos são comercializados enfileirados em barbantes ou cordões. Têve origem no Renascimento, e chegou ao Brasil com os colonizadores europeus, se desenvolvendo e ganhando características próprias em meados do século XIX, principalmente na Região Nordeste. Também chamado de folheto, pode-se dizer que a popularidade do cordel se deve às histórias oriundas de relatos orais, em versos rimados e ilustrados com xilogravuras. Os cordelistas recitam seus versos de maneira harmoniosa e melódica, por vezes acompanhados da viola para chamar a atenção do público durante suas declamações. No Brasil são incontáveis os cordelistas que fizeram história. Dentre eles destacam-se grandes nomes como Apolônio Santos (Guarabira-PB), Arievaldo Lima (Quixeramobim-CE), Elias Carvalho (Timbaúba-PE), João Lima (São José do Egito-PE) e Severino Milanês (Vitória de Santo Antão-PE).


E apesar de ser uma arte remota, há muitos autores produzindo e mantendo viva a sabedoria do cordel. Um deles é Reversson de Souza, 23, de Paulista-PE. Fã declarado do movimento Manguebeat, em um de seus escritos o jovem homenageou Chico Science e Nação Zumbi, principais difusores da cultura pernambucana para o mundo da década de 90, sendo representada até hoje. O cordel referido foi intitulado por "Minha Nação" e reflete tamanha admiração pela banda que serviu de inspiração para o mesmo.


"O meu coração bate junto às alfaias Seu som encantador fica longe de vaias A minha nação canta pela Nação Não pega na contramão. É resgate das raízes culturais Abrange Ciranda, Coco, Maracatu e muito mais.

O som é pesado, Mas para os bons ouvidos Está longe de ser recusado. A minha nação é escutada no mundo inteiro, Pois quem tem um maracatu de tiro certeiro Está longe de ser ouvido apenas é fevereiro.

A guitarra de Lúcio Maia Conversando com as alfaias, Parece delirar Ao ver Mestre Ogan batucar É uma batida quase perfeita, Pois até quem nunca ouviu esse som logo aceita Que o baque aqui é pesado e não há quem se queixe Por que ainda tem Jorge du Peixe Mostrando a Chico “Ciência” Que desde a sua morte não houve desistência.

A Nação segue forte, Pois em terra que Lampião pisou Gente valente não fraqueja. Antes do almoço eu só quero uma cerveja E para sempre lembrar do mangueboy, Pois a saudade é muito grande E quase sempre dói."


 
 
 

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